ITUVERAVENSE FAZ POEMA EM HOMENAGEM À ITUVERAVA

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Postado dia março 13, 2018 por


Na terça-feira, dia 06 de março, a prefeita Adriana Quireza Jacob Lima Machado recebeu em seu gabinete o ituveravense Guilherme Cavallari Bueno e seus pais Mauro Bernardes Bueno e Joana Maria Cavallari Bueno.

Na ocasião, o jovem entregou a prefeita Adriana Quireza Jacob Lima Machado um poema em homenagem à cidade de Ituverava, que comemora 133 anos nesse sábado, dia 10.

Segundo o jovem, “esta obra é fortemente inspirada na música “Minha Ituverava”, do compositor Vítor Martins, e na canção “Capitão Gancho”, da cantora e compositora Clarice Falcão. Enquanto a primeira se refere à nostalgia marcada pelos símbolos de nossa cidade, a segunda aborda as experiências como parte da constituição identitária do indivíduo”, explica Guilherme.

A prefeita Adriana Quireza Jacob Lima Machado falou sobre o poema. “Fiquei muito feliz em receber das mãos do jovem Guilherme esse poema, que homenageia tão bem a nossa cidade. Quero parabenizar os pais Mauro e Joana pelo filho e, ao Guilherme, mais uma vez, gostaria de parabeniza-lo pelo talento e pela perfeição de suas obras. Em breve, colocaremos o poema em exposição permanente no Centro Cultural, para que toda a população possa prestigiá-lo”, declara a prefeita.

 Confira o poema:

O que eu faria para ser eu?

Eu sou de lá, vim de lá,

E eu preciso lhe falar:

Se por isso eu o perturbo,

À noite eu me deito e durmo.

Sem querer ser irritante,

Porém, em nenhum instante,

Eu fui capaz de entender

O porquê de ser assim.

Você pode me dizer

Por que fica contra mim?

Sem o meu pai no escritório,

Com todo o seu repertório

De trabalho e muitas contas,

Sem as brincadeiras tontas

Com alguns dos meus amigos,

Sem os dois grandes abrigos

Das minhas duas avós,

Sem as poeiras e os pós,

Não haveria eu e nós.

Sem o meu velho quintal,

Com brinquedos, coisa e tal,

Em que eu brinquei tantas vezes,

Ao passar de muitos meses…

O quintal hoje é piscina,

E a pedra em volta se inclina

Despejando água no ralo.

Pedra em que meu pé fez calo

De tanto correr brincando,

De tanto correr gritando,

Da cachorra brincalhona,

Dos bigodes muito longos

Do tamanho de uma lona,

Que parecem vir dos sonhos…

Sem a minha mãe chegando,

Em frente aos santos orando

Para agradecer a Deus,

Sem os professores meus,

Sem a minha antiga escola,

Sem as camisas de gola,

Eu ficaria por fora.

Sem as diversas risadas

Que dei junto com meu pai,

Vendo o filme do Pateta,

Ao lembrar das gargalhadas,

Um forte riso me sai…

Sem a minha bicicleta,

Sem o cão com o raposo

E o par de pássaros doidos,

Desnorteados e afoitos,

O meu nome deleitoso,

Não seria este que eu tenho.

São memórias de onde venho…

Sem a minha tia avó,

Com seus gatos de filó

E os quadros com os palhaços,

Que eu sempre adorei olhar…

Sem os mil milhões de abraços,

Eu não saberia amar.

Sem o cristo redentor

Pintado de uma só cor,

Sem “predinho” e sem “predião”

Eu ficaria sem chão.

Sem a praça Dez de março,

Em que eu ia com meu tio,

Eu seria só um pedaço

E nunca teria brio.

Claro, sem a cachoeira,

Depois daquela ladeira,

No caminho das fazendas,

Lugares de muitas lendas,

Também de muitas histórias,

Que estão nas minhas memórias…

Sem o sítio, sem as canas,

Sem aquelas porcelanas

Do armário da minha casa,

Sem as fogueiras com brasa

Nas festas de São João,

Que nunca deram em vão,

E em que eu sempre ia dançar,

Vestido de caipira,

De peão, de boiadeiro

Para poder me alegrar…

Sem tudo que me deu ira,

Sem as idas ao barbeiro,

Jamais este meu cabelo

Seria de mim um selo.

Sem cães, que me davam medo,

Sem promessas de segredo,

Sem as águas da represa,

Que reflete o que é beleza

E o faz com muita destreza,

Contendo- se na barragem

Formando uma doce imagem,

Que parece até miragem.

Com aparência mansinha,

É que a represa se alinha

À casa de uma madrinha,

Mas essa madrinha é minha…

Sem a minha mãe no carro

Nos momentos mais bizarros,

Quando eu tinha de aprender

A dirigir sem bater,

Sem bairro Marajoara

E sem bairro Guanabara,

Amigos eu perderia

E jamais assim seria.

Sem as nossas vicinais,

Com seus súbitos finais,

Sem aqueles aviões,

Em diversas direções,

Que são boas distrações,

Sem meus tombos e arranhões,

Sem ficar olhando as aves,

Sem ficar contando as chaves,

Eu não iria onde vou,

Não seria como sou,

Não estaria onde estou.

Sem minha velha mochila,

Sem a cantina com fila,

Sem fazer curso de Inglês,

Meu curso de redação

E as aulas de natação,

Eu digo mais uma vez

Que eu não estaria são.

Sem as bolinhas de gude,

Sem as festas pelos clubes,

Sem andar nas avenidas,

Sem escalar as subidas,

A vida seria rude,

Com menos coisas vividas.

Esta é minha identidade,

Nela tem muita saudade,

Muita personalidade,

Assim como tem na sua

Quando você anda na rua.

Eu também sei ser alguém.

O que eu sou não vale nada,

Não vale um, nem dez, nem cem,

Mas tem o valor de tudo.

O meu tipo é meu escudo

E nunca foi coisa dada,

Porque não tem nenhum preço.

Por isso, não lhe ofereço

Nem metade, nem um terço.

Sem a fisioterapia,

Sem tratamento dentário,

Seria menos hilário.

Eu falo sem agonia:

“O que fiz eu refaria!”

Minha emoção no apogeu

É um vulcão cheio de lava,

Pois, sem minha Ituverava,

Eu jamais pude ser eu.